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domingo, 11 de setembro de 2011

Reformas valorizam o Largo da Batata

Reformas valorizam o Largo da Batata

Plano de transporte integrado fará até dobrar os aluguéis na região


O empresário Fernando Autran procurava um local para abrir um espaço de eventos que fosse bem localizado, de fácil acesso e com aluguel baixo. Procurou e encontrou um imóvel com essas características na Avenida Brigadeiro Faria Lima, zona sul de São Paulo. O único "problema" era a proximidade com o Largo da Batata. Sabendo do projeto de revitalização da Prefeitura e da futura estação de metrô, Autran resolveu apostar e abriu o Espaço Croco na semana passada.

"Queria um lugar que fosse perto de tudo. Aqui estou ao lado da Vila Madalena, do Alto de Pinheiros e da Marginal do Pinheiros e o aluguel tem valor razoável. Na Avenida Faria Lima, perto da Rebouças, o preço é exorbitante", diz.

As obras de revitalização do Largo da Batata, orçadas em R$ 96,4 milhões, começaram há um ano e a previsão é de que sejam concluídas em outubro de 2009. "O andamento depende das obras do metrô", explica Edward Zeppo, diretor de Obras da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb). "Estamos tomando cuidado para não piorar o tráfego na região, que já é bastante complicado."

Mas a valorização - por enquanto de forma tímida - está apenas começando. "Há uma série de novos projetos imobiliários em andamento, atraídos pelas mudanças, que devem ser concluídos juntamente com as obras de urbanização", avalia o diretor de Estudos Especiais da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), Luiz Paulo Pompéia.

Ele acredita que os novos empreendimentos mudarão o aspecto do largo, mas a área deve manter vocação comercial. Os prédios antigos serão reformados ou demolidos e darão origem a estabelecimentos mais modernos. Segundo Pompéia, um prédio comercial será construído na Rua Pais Leme, quase no cruzamento com a Faria Lima. "Não será de alto padrão, mas de bom padrão."

O comércio popular local também deve passar por uma reestruturação visual. "Vai deixar o aspecto de feira marroquina. Será um pouco mais qualificado e poderá até atrair outras faixas de público", diz Pompéia. Grande parte dos ambulantes que trabalha no entorno já foi retirada, ficando apenas os cadastrados, isto é, os que possuem o Termo de Permissão de Uso (TPU). Mas esses serão retirados com a conclusão das obras e encaminhados para um shopping popular. No entanto, a Subprefeitura de Pinheiros ainda não sabe o local onde instalará esse centro de compras.

CALÇADAS ALARGADAS

A maior circulação de pessoas deve aumentar os preços dos aluguéis, que podem até dobrar, e subir o valor de imóveis e terrenos. A facilidade de transporte público deve impulsionar a oferta de imóveis residenciais voltados para a classe média. Mas esse processo deve começar só na próxima década.

O projeto da Prefeitura prevê a transferência dos terminais de ônibus da Avenida Faria Lima para a Rua Capri, o que deve ocorrer até o fim de 2009. No local, será instalada uma estação intermodal, reunindo terminais de ônibus, estações de trem e metrô, um estacionamento e um bicicletário. O terreno da antiga Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC) foi desapropriado e será transformado em uma praça cultural. O trecho final da Rua Cardeal Arcoverde será fechado e integrado à praça. A Rua Sumidouro está sendo prolongada e deverá cruzar a Faria Lima. Os ônibus que hoje descem pela Cardeal passarão a circular pela Sumidouro.

Os postes da praça serão retirados e os fios, aterrados, a exemplo do que foi feito nas Ruas Oscar Freire e Avanhandava. "As calçadas serão alargadas e as ruas estreitas servirão de passagem apenas de pedestres. A praça vai ganhar nova iluminação e plantio de árvores", diz o engenheiro Jaime Waisman, cujo projeto, em parceria com o arquiteto Tito Lívio Frascino, ganhou o concurso para revitalização do Largo da Batata, em 2001.

Mônica Cardoso - O Estadao de S.Paulo





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