Nunca foi tão difícil achar um imóvel comercial nas grandes cidades do País. Apenas 7% desses imóveis estão vagos em São Paulo. No Rio, a taxa é ainda menor, de 3%. O ponto de equilíbrio do setor está entre 13% e 15%, o que significa que o mercado está propício a fortes reajustes.
"A demanda está muito maior que a oferta", admite Roberto Perroni, presidente da Cyrela Commercial Properties. Ele diz que a situação é reflexo do crescimento da economia, da busca de imóveis de melhor padrão e da chegada de mais companhias estrangeiras ao País.
Em São Paulo, a maior dificuldade é encontrar imóveis de alto padrão nas avenidas Faria Lima, Berrini e Paulista. A Cyrela, que oferece apenas escritórios "triple A", tem hoje apenas 0,1% de imóveis vagos.
Perroni conta ainda que as empresas comemoram quando um imóvel é desocupado, porque isso permite a alta do aluguel. A Cyrela conseguiu um reajuste de 30% quando um dos escritórios que administra ficou vago.
"O mercado imobiliário não está provendo o espaço suficiente para o avanço da economia", diz Lilian Feng, gerente de pesquisa da Jones Lang LaSalle. "Há uma defasagem entre o crescimento das empresas e os novos projetos." Assim, as companhias não conseguem espaços contínuos e acabam pulverizadas, perdendo sinergias.
A situação não deve se resolver tão cedo. As entregas de novos escritórios em São Paulo este ano devem elevar a oferta em 12%, o suficiente apenas para atender ao aumento da demanda. "Estamos num ciclo de superaquecimento", conclui Mariana Hanania, gerente de pesquisa da Cushman & Wakefield.
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